Quando o coelho sentado entrou na toca do poder o país estava na bancarrota, sem meios para cumprir as suas obrigações, aos tais que foram o alvo mais directo para aplicar a receita. Dizia-se que era assim, dramatizando a gravidade da situação para poder aplicar a tortura sem grandes contestações. A própria Ângela ficou estupefacta com a surpresa da decisão por não ser a medida que estava no catálogo.
Depois, aquilo que todos sabem, uns mais do que outros, porque não tocou a todos com a mesma intensidade, foi o saque nos salários, nos subsídios de férias mais o 13º, e etc... sabemos e não esquecemos.
Quatro anos volvidos o coelho sentado faz os mais rasgados elogios à recuperação exemplar deste país, obra sua e com o sacrifício forçado dos espoliados. Ele faz o elogio, mas não tem onde cair morto, basta observar o momento actual em que a Grécia, que não é Portugal ou vice-versa, com as suas "travessuras", faz estremecer os poderosos que sabem esmagar. Quem diria, a Grécia, a fazer um finca pé de coragem, de um povo torturado e reduzido à humilhação.
Mas, o coelho sentado está firme porque fez o "trabalho de casa", como bom aluno que é, e cobra para si os cofres cheios, capazes de enfrentar qualquer dificuldade (im)prevista. Uns meses de alívio, diz o coelho sentado, até que passe (?) o vendaval e lá se vão os cofres cheios de dívida.
O coelho sentado não conseguiu o fundamental - estruturar a economia para a tornar mais funcional e capaz de colmatar novas crises. E não podia. As mudanças operadas enfraqueceram ainda mais a estrutura e sem as empresas altamente rentáveis e que foram desbaratadas pouco vai sobrar para angariar receitas, a não ser através das punhaladas dos impostos. Resta apenas isto - cobrar impostos e mais nada. Espero que se cumpra o desejo do coelho sentado, um desejo que ele expressou no início: os políticos devem ser julgados pelos seus actos, através do voto e, tambem, através do poder judicial, se for caso disso.
Assim seja, coelho sentado...