Outubro. Fim de dia, entrada no "calhau" - Mafra. Corredor enorme, no labirinto de outros, rodeado de pedra pesada e um amontoado de gente de várias idades. Uns muito novos, outros, nem tanto, já em idade de não estar naquele lugar... mas, estavam. Semblantes carregados e os olhares expectantes, alguns parecendo assustados, apesar de mais velhos.
Em fila indiana, a chamada pelo nome indicava a "oferta" da farda, cujo tamanho poderia ou não coincidir com o tamanho de cada um. E as botas...
Depois, uma passagem pelo exame médico rápido, de proforma, eventuais maleitas:-"tem algum problema especial?" - perguntou o suposto médico.
A seguir, a indicação do "apartamento" para o 2º andar ou 3º do calhau (a memória falha) onde uma camarata imensa com luzes de velório iluminavam o espaço dos beliches de ferro gastos pelo uso de muitos episódios anteriores.
Antes do dia seguinte, ainda, uma imensa incerteza, receios mal contidos numa de muitas noites acompanhadas de um vazio.
Muito cedo, alvorada, pequeno almoço e depois a parada com um frio de rachar. Foi a entrega da "canhota", que ao ombro fazia cansaço. Um impecilho. Foram três meses por ali e o destino foi Lisboa - Reg. Cavalaria 7, Lanceiros 2...mais três meses e os doze prestaram juramento de bandeira, que teve que ser repetido, por causa dos murmúrios com dizeres inadequados ao momento solene...
Tudo à medida, a 25 de Abril estavam de prevenção...
Em fila indiana, a chamada pelo nome indicava a "oferta" da farda, cujo tamanho poderia ou não coincidir com o tamanho de cada um. E as botas...
Depois, uma passagem pelo exame médico rápido, de proforma, eventuais maleitas:-"tem algum problema especial?" - perguntou o suposto médico.
A seguir, a indicação do "apartamento" para o 2º andar ou 3º do calhau (a memória falha) onde uma camarata imensa com luzes de velório iluminavam o espaço dos beliches de ferro gastos pelo uso de muitos episódios anteriores.
Antes do dia seguinte, ainda, uma imensa incerteza, receios mal contidos numa de muitas noites acompanhadas de um vazio.
Muito cedo, alvorada, pequeno almoço e depois a parada com um frio de rachar. Foi a entrega da "canhota", que ao ombro fazia cansaço. Um impecilho. Foram três meses por ali e o destino foi Lisboa - Reg. Cavalaria 7, Lanceiros 2...mais três meses e os doze prestaram juramento de bandeira, que teve que ser repetido, por causa dos murmúrios com dizeres inadequados ao momento solene...
Tudo à medida, a 25 de Abril estavam de prevenção...
obs:
quem é este gajo, donde veio este escárnio? talvez, continue o episódio... há momentos únicos.
7 comentários:
Quero ler o resto.
Continua!
Já dizia alguém
a quem quero bem
"somos a memória que temos"
ai semos, semos
Memórias vivas
DESSES TEMPOS NÃO ESQUEÇO
DA PORRADA E DO CANIL
ACHO QUE ENLOUQUEÇO
SE NÃO FESTEJAR ABRIL
HÁ QUEM O QUEIRA ESQUECER
COM POLITICAS DE DIREITA
ELES TÊM QUE PERCEBER
QUE O POVO OS ENJEITA
SE ESTA SEITA CONTINUAR
O PAÍS VAI EMPOBRECER
O POVO VAI SE JUNTAR
ENTÃO É VELOS CORRER
AO FAZER ESTAS QUADRAS
SINTO UMA GRANDE ALEGRIA
SÓ DE PENSAR QUE OS CAMARADAS
IMPLANTARAM A DEMOCRACIA
AGORA VOU TERMINAR
DEPOIS VOU AO BARRIL
COM UM COPO VOU FESTEJAR
MAIS UM 25 DE ABRIL
POR
um poeta desconhecido
perdi a "canhota" na Guiné ...
de armas estou servido!
abraço
apesar de tudo, gostava de ter sido soldado nesse tempo... foi depois... mas embora ao tempo, tenha cumprido muito contrariado, guardo as melhores recordações.
nem a propósito, também por ser a abril me lembrei disso e até estou nu no filme da pocilga
um abraço e que abril entre por maio adentro
E eu a ler-te e a lembrar-me de mim (uns anos antes).As diferenças não são muitas.
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