segunda-feira, 9 de junho de 2014

no limite




No limite ficaram as vítimas,
mais do que falam as estatísticas.
No limite,os mais fracos, os mais susceptíveis
ficaram limpos de vida, um ar que lhes deu.
No limite sobraram as raspas
pelo sofrimento de não ter...
No limite os executores chispam
olhares repletos de desprezo
simulados de tolerância...

No limite sobrou a vergonha
de esconder a nova condição.
No limite buscam côdeas desperdiçadas
num beco escuro e perdido.
No limite vivem acima
das dificuldades e do desespero.
No limite não entendem esta sina
o entendem o atrevimento
de os fazerem de cobaias...
No limite já não sabem
como se disfarça a fome.
No limite até o sono
e os sonhos são extorquidos
No limite floresce a revolta
e a repulsa e é o extremo
E no extremo do limite
perde-se tudo e a razão...
Mas, há sempre um limite
que o limite traça no tempo
Há sempre um limite para tudo...
obs: dedicado a todas vítimas que amanhã 10 de junho não serão "medalhadas"...

4 comentários:

O Puma disse...

Foram ultrapassados todos os limites
mas o povo é sereno

até um dia acordar

jrd disse...

Um belo poema sem limite. No limite...

jrd disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jrd disse...
Este comentário foi removido pelo autor.